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Saiu 'igualzito' ao pai: amor pelo tradicionalismo passa de geração em geração

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Renan Mattos e Pedro Piegas (Diário)

Uma tradição é assim considerada porque ela passa de geração em geração. Na maior parte do tempo, as atividades típicas são desenvolvidas sem grandes interferências e fazem parte da rotina das famílias. No entanto, em uma época de distanciamento social, é preciso criar novas maneiras de manter o tradicionalismo vivo e ativo. A seguir, você confere as histórias de duas crianças que nasceram em meio a rodeios e bailes de CTGs e, agora, junto aos pais, usam da criatividade para seguir fazendo aquilo que mais gostam. 


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MAURÍCIO FILHO
Maurício Real Filho, 10 anos, tinha apenas 3 quando começou a laçar junto ao pai, Maurício Real, 36 anos. Além de compartilharem o mesmo nome, os dois também dividem a paixão pelos rodeios e pela lida campeira. Agora, com a impossibilidade de realizar muitas das atividades durante a Semana Farroupilha, Mauricinho, como é chamado pelos pais, foi criativo na hora de driblar as dificuldades impostas pela pandemia. 

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

Para quem passa pela Rua Pedro Pereira, no Bairro Nossa Senhora de Lourdes, a cena chama a atenção: ele utiliza uma vaca parada, emprestada por Roberto Antoniazi, dono de uma agropecuária, para seguir treinando o laço parado. Na frente do estabelecimento, Mauricinho fica horas praticando o ensinamento passado pelo pai.

- O Mauricinho começou a laçar através de mim, eu sempre lacei, desde os meus 17 anos. Ele começou com 3 aninhos e, hoje, não larga o laço da mão para nada. Nós gostamos muito e, para ele, isso já veio de berço. O Roberto é muito meu amigo. Então, com a pandemia, e sem ele estar nas aulas presenciais, começamos a ir ali, e ele não parou mais de ir comigo. Fica laçando o dia todo na vaquinha quando não tem aula online - conta o pai.

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Mesmo com a imposição da pandemia, o pequeno dá um jeito de seguir a tradição, claro, de uma forma segura e consciente. Mesmo com a pouca idade, já entende a necessidade de evitar locais com grande número de pessoas.

- Eu gosto de laçar porque, desde pequeno, meu pai me incentivou. Agora, também estou treinando onde deixo os meus cavalos, porque lá não tem aglomeração e é bem tranquilo - explica.

BENÍCIO GIL
O pequeno Benício Morcelli Gil, 3 anos, saiu do ventre da mãe, Ana Morcelli, 42 anos, para os bailes de CTGs. E não era para menos: Ana e o marido, Rodrigo Gil, 44 anos, se conheceram justamente dentro de um centro tradicionalista, em São Gabriel. Beni, como é chamado carinhosamente pela família, já dança e arrisca passos coreografados. No acendimento da chama no Sentinela da Querência, casa da família há duas décadas, vestiu a pilcha azul, com camisa branca e lnço vermelho, além do chapéu e da máscara, para ficar "de gaúcho igual o pai", como disse à reportagem. 

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Renan Mattos (Diário)

- A Ana, por ter dançado por muito tempo, me acompanha, traz o olhar dela. Eu trabalho com dança desde 1995, e o Beni nasceu no meio. Sempre que dava, depois que ele cresceu um pouco, ele já seguiu nos acompanhando nos ensaios quando a mãe dele podia ir comigo - conta Gil.

Na chegada dos cavalarianos com a chama, Beni não tirou os olhos dos cavalos e, com frequência, fazia alguma pergunta para a dinda, que o acompanhava e segurava pela mão. Os olhos seguiam grandes e atentos a tudo que acontecia ao redor, aproveitando para matar a saudade do ambiente que tanto gosta e, por meses, teve que ficar longe. Ao ar livre e junto das primas, queria poder montar nos animais, afinal, já entende o tamanho da honra que é carregar a bandeira do Rio Grande durante a cerimônia.

- Ele estava sentindo falta por causa da pandemia e, quando teve a oportunidade de ir na chegada da chama, ele ficou louco de faceiro de poder se pilchar de novo. Ele já dança, passa dançando. Nós nos conhecemos aqui e, por isso, ele já nasceu dentro desse movimento que a gente gosta tanto.

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